28 de mai. de 2017

Odelmo Leão e oposição a Gilmar repassaram mais de meio milhão de reais a escritório investigado por corrupção

Sem bloqueio de bens ou mandatos de busca e apreensão, político de Uberlândia ligado às classes dominantes é poupado pelo Ministério Público e pela Imprensa Corporativa, mesmo tendo relações muito próximas com empresa investigada por corrupção. Qualquer pretexto serve para atingir em cheio Gilmar Machado.

 
Sob a atual gestão, com Odelmo Leão (PP) à frente, a Prefeitura de Uberlândia contratou o escritório de advocacia Ribeiro Silva por 400 mil reais - sem licitação (https://www.ojornaldeuberlandia.com.br/2017/04/28/painel-da-politica-prefeitura-contrata-assessoria-juridica-sem-licitacao-e-clima-esquenta-na-camara-municipal-de-uberlandia/).

A oposição ao Governo Gilmar Machado (atualmente base do Governo Odelmo) já havia gasto 170 mil reais da Câmara Municipal para contratar (sem licitação) este mesmo escritório, para assessorar a CPI das Vans em 2015, mesmo a casa legislativa possuindo equipe jurídica própria (http://www.correiodeuberlandia.com.br/cidade-e-regiao/camara-gastara-r-170-mil-com-assessoria-juridica-particular/).


Ligações perigosas

O escritório Ribeiro Silva é sociedade de um apadrinhado político do Prefeito Odelmo Leão, o Deputado Estadual Arnaldo Silva Jr. (PR). Há vários anos este escritório presta serviços jurídicos cíveis e eleitorais a Odelmo, conforme apurado pela TV Vitoriosa, que já foi processada por eles em função das denúncias que apresentou (https://www.youtube.com/watch?v=EK7YHPIp63w; https://www.jusbrasil.com.br/diarios/documentos/350573221/andamento-do-processo-n-4-4020166130314-recurso-eleitoral-17-06-2016-do-tre-mg).

A filha do Prefeito Odelmo tem vínculos profissionais com este escritório, conforme apurou reportagem do Chumbo Grosso sobre evento recente (https://www.facebook.com/realidadeuberlandense/videos/1394672180598845/). Ao pesquisarmos em sistemas de busca por "Ana Cláudia Leão Carneiro", encontramos alguns processos na Justiça Eleitoral em que o nome dela aparece ao lado dos de Arnaldo Silva e Rodrigo Ribeiro (http://apps.tre-mg.jus.br/aplicativos/php/divulga_plenario/index.php?acao=processo&nomenu=true&protocolo=4504372012&sessao=215&dia=29/10/2012; https://www.jusbrasil.com.br/diarios/39218891/tre-mg-03-08-2012-pg-26; http://apps.tre-mg.jus.br/aplicativos/php/divulga_plenario/index.php?acao=processo&nomenu=true&protocolo=2432162013).





No momento, a Ribeiro Silva está sendo investigada pelo Ministério Público de Minas Gerais por corrupção e lavagem de dinheiro. Trata-se da Operação Isonomia, que também investiga o envolvimento de outro escritório, o Costa Neves. No alvo das investigações estão contratos firmados sem licitação com prefeituras de várias cidades da região. São investigadas as gestões de Marcão (DEM, ex-prefeito do Carmo do Paranaíba), Diógenes Roberto Bórges (PP, ex-prefeito de Canápolis), Palito (PMDB, ex-prefeito de Presidente Olegário) e Fernandinho (PSDB, atual prefeito de Perdizes). Além de mandatos de busca e apreensão a casas, escritórios, gabinetes, etc., alguns desses políticos foram presos preventivamente. Foi necessário pesquisar o partido de cada um deles, pois as notícias em geral não mencionam.


Pesos e medidas

Recentemente, uma ação do MPF resultou no bloqueio de bens do ex-Prefeito Gilmar Machado (PT). Bastou às autoridades levantarem suspeitas sobre a ausência de licitação em um contrato com a Universidade Federal do Espírito Santo (http://olhanodiario.com.br/noticia/11722/ex-prefeito-tem-bens-bloqueados). O contrato entre a UFES e o Governo Gilmar resultou no Plano de Cargos e Salários dos Servidores da Prefeitura Municipal, revindicação histórica da categoria, jamais atendida em gestões anteriores. A UFES é uma instituição pública sem fins lucrativos, não foi acusada de corrupção e lavagem de dinheiro. O aspecto formal (a ausência de licitação) foi suficiente para que autoridades tomassem medidas drásticas contra Gilmar. Sem grandes problemas, Odelmo Leão acumulou mais de 160 contratos sem licitação em apenas quatro meses de mandato, conforme apuração do vereador Silésio Miranda (https://www.facebook.com/silesiomirandaoficial/videos/1344450068981976/)


Perguntas que não querem calar

Se há suspeitas sobre os contratos que este escritório firma com diversas prefeituras da região, por qual motivo o Ministério Público Estadual não investiga o contrato atual com a Prefeitura de Uberlândia, igualmente sem licitação?

Por que não se investiga o contrato firmado com a Câmara Municipal de Uberlândia em 2015?

A ausência de um segundo escritório envolvido não torna esses contratos menos suspeitos.

À exceção de algumas matérias da TV Vitoriosa, as manchetes dos jornais locais sequer mencionam os vínculos de Odelmo com os investigados. Muito timidamente mencionam o Deputado Arnaldo,  que desligou-se formalmente do referido escritório em 2014, quando foi eleito para o mandato que atualmente ocupa (http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/mpe-investiga-esquema-de-corrupcao-e-lavagem-de-dinheiro-no-triangulo-mineiro.ghtml).

A estratégia adotada parece mesmo ser a de poupar o Deputado Estadual de maiores desgastes, fazendo seu sócio de bode expiatório. Notícias recentes apontam Rodrigo "Ribeiro" como o "cabeça" (https://www.youtube.com/watch?v=jMRgGjF1k9s ; http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/representante-de-escritorio-de-advocacia-denunciado-pelo-mpe-na-operacao-isonomia-nega-acusacoes.ghtml). Rodrigo afirma que vai provar a invericidade das acusações.

Quão fundo está disposta a ir a imprensa corporativa local? Mesmo com Arnaldo tendo se desligado formalmente da empresa , não seria o caso de se procurar saber sobre prováveis vínculos com amigos e parentes que continuam no comando da sociedade? E as relações da filha de Odelmo Leão com a empresa, por que não é mencionada nas reportagens?

A que se deve esta verdadeira blindagem ao Prefeito Odelmo e seus aliados?

E se houvesse políticos filiados ao PT envolvidos? Quais seriam as manchetes? Quão fundo iria a imprensa corporativa? Será que o MPMG e o Judiciário local já não teriam determinado bloqueio de bens e prisões preventivas de políticos de Uberlândia, assessores, secretários?

Parece que um latifundiário de família "tradicional" goza de bem mais prestígio entre donos de jornais e funcionários públicos de elevados salários do que um professor negro que voltou à sala de aula após cumprir seu mandato (https://www.facebook.com/PrefeitoGilmarMachado/photos/a.187367747987656.49468.187365251321239/1359729157418170/?type=3&theater).



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